Vestígios revisita o autoritarismo no Brasil

Vestígios. Foto: Américo Nunes
O espetáculo Vestígios segue temporada no Teatro Barreto Júnior, com sessões aos sábados e domingos, às 20h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia). Patrocinada pelo Funcultura/2011/12, do Governo do Estado de Pernambuco, a peça fica em cartaz até 30 de setembro (exceto nos dias 8 e 9 de setembro, quando a temporada será interrompida, voltando logo em seguida no dia 15).

Com uma temática extremamente atual no País, tendo em vista as discussões em torno de assuntos como a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação, Vestígios une um texto forte a um trabalho ousado de interpretação por trás de passagens marcadas por violência tanto física quanto psicológica. Dirigidos por Antonio Cadengue com base no texto de Aimar Labaki, os atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão mergulham no universo de dor, conflitos e pesadelos da tortura.


No enredo, apenas três personagens: dois policiais, na função de investigadores e torturadores, vividos por Carlos Lira e Marcelino Dias; e um professor universitário de história – o torturado, interpretado por Roberto Brandão. Toda a peça é permeada por um clima de suspense, a partir de uma narrativa clara e questionadora que reserva revelações perturbadoras para o final do espetáculo.

“Vestígios é uma peça que trata do rescaldo, do resíduo dos tempos de autoritarismo mais recentes pelo que o Brasil passou, entre os anos de 1964 e 1985, embora o País também tenha passado por outros momentos graves como no Estado Novo, por exemplo. Não é a ditadura que está em questão, mas os erros do passado que vêm à tona para que tragam lições para o presente e o futuro. A proposta não é deixar o público atordoado, mas mexer com a memória das pessoas falando do hoje, do ontem e do amanhã de uma forma intensa”, explica Cadengue.

Módulos espelhados projetados pela cenógrafa carioca Doris Rollemberg, compõem a cenografia dos três planos de ação deVestígios, enquanto diferentes sons e ruídos em harmonia contribuem para dar o clima de suspense pela trilha sonora criada especialmente para o espetáculo, pelo compositor paraibano Eli-Eri Moura. Por fim, figurinos sóbrios de Anibal Santiago permitem aos atores Carlos Lira, Marcelino Dias e Roberto Brandão vestirem seus personagens.

CARLOS LIRA
Apresenta

VESTÍGIOS

Ficha Técnica

Elenco CARLOS LIRA – Cardoso
MARCELINO DIAS – Marcos
ROBERTO BRANDÃO – Marcelo

Texto: AIMAR LABAKI
Encenação: ANTONIO CADENGUE
Assistência de Direção: RUDIMAR CONSTÂNCIO
Cenografia: DORIS ROLLEMBERG
Figurinos: ANIBAL SANTIAGO
Trilha Sonora Original: ELI-ERI MOURA
Iluminação: SAULO UCHÔA
Direção de Movimentos e Preparação Corporal: PAULO HENRIQUE FERREIRA
Preparação Vocal: FLÁVIA LAYME
Programação Visual: CLAUDIO LIRA
Cenotécnica: MARC AUBERT
Assistência de Cenotécnica: KLEBER MACEDO, RAFAEL FIRMINO E FÁBIO FONSECA
Operação de Som: MARINHO FALCÃO
Operação de Luz: CLEISON RAMOS/ DADO SODI
Assessoria de Imprensa: MARINA ANDRADE
Fotografias: AMÉRICO NUNES
Assistente de Produção/Contrarregragem: ELIAS VILAR
Projeto patrocinado pelo FUNCULTURA/2011/12.
Produção Geral: CARLOS LIRA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Paixão Segundo José Francisco Filho estreia nesta quarta-feira 27 no centro do Recife

Ivonete Melo

Última semana para conferir exposição que homenageia o Galo da Madrugada no Paço do Frevo